sexta-feira, 22 de junho de 2012

Bandido faz família refém em São Cristovão


                                             Foto Sandoval Noticias
                                                       Foto Sandoval Noticias

Uma operação policial que aconteceu na tarde desta sexta-feira, 22, no município de São Cristóvão terminou em morte. Tudo começou com um assalto a um estabelecimento localizado na avenida Ivo do Prado. Dois suspeitos, armados com revolveres, renderam mãe e filho e uma secretária do lar. Na ocasião foram roubados um celular, cerca de três mil reais e a chave de uma motocicleta.
“Colocaram a arma apontada para a cabeça de meu filho, Rômulo César Prado de Oliveira, e para minha esposa, Jandice Prado Oliveira, e a moça que trabalha conosco. Eu estava em outro cômodo do imóvel, e quando os assaltantes, acreditando que teria um cofre no estabelecimento, saíram vasculhando o local, me viram e decidiram ir embora. Nesse momento a polícia estava passando pela rua, viu os rapazes fugindo, e então começou um tiroteio”, descreveu o comerciante Clodomir Oliveira.
Fundo da casa para onde Marco fugiu Foto Infonet
Clodomir também contou que no momento da fuga, um dos rapazes caiu no chão e foi preso pela polícia. Já o outro foi atingido por um tiro e conseguiu fugir. “Nunca vi tanto tiro em minha vida. A gente sempre acha que essas coisas sempre acontecem com os outros, mas hoje foi conosco, e a família toda ficou muito assustada”, declarou o comerciante.
Tiroteios
O comandante do policiamento da capital, coronel Jackson Nascimento, afirmou que houve outro tiroteio após a fuga de um dos suspeitos. Segundo suas informações, Marco Antônio Santos de Oliveira, 21, fugiu em direção a um matagal e trocou tiros novamente com os policias, porém desta vez não foi atingido.
Avó de suspeito ficou assustada e triste com operação policial ( foto Infonet )
“Após a nova fuga, Marco se escondeu na casa de um morador, e foi encontrado pela polícia. Inicialmente tentamos negociar com ele, mas o suspeito não quis se entregar, tentou fugir novamente, e então houve nova troca de tiros, na qual ele foi atingido”, informou o coronel, que também disse que Marco saiu com vida do local e foi levado ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).
Morte
A dona da residência localizada na rua Boa Viagem, que foi utilizada como ponto de esconderijo, era da avó do fugitivo. Assustada e triste com tudo o que aconteceu, Josefa Ramos de Oliveira, contou que estava na casa vizinha no momento em que houve invasão do neto, e que ela em nenhum momento soube que ele estava lá.
“Os policias chegaram perguntando se eu sabia onde estava o ‘ladrão’. Respondi que não, e os deixei revistar a casa onde ele estava e a minha. Segundo informações de minha neta, Marco Antônio entrou pelos fundos da casa, se escondeu embaixo do sofá e ameaçou os primos, dizendo que se eles o entregassem morreriam”, contou Josefa, que relatou que assim que os policiais encontraram Marco, disparam inúmeros tiros.
Marcas de tiros no chão da casa
Apesar da informação da polícia ser de que o suspeito saiu com vida do local, vizinhos afirmam que Marcos saiu morto. A informação da assessoria do HUSE é que o suspeito chegou morto no hospital com cerca de oito disparos no corpo.
Prisão
O primeiro rapaz que foi preso pela polícia foi identificado como João Gomes dos Santos, 18, e foi levado para a 1ª Delegacia Metropolitana, onde prestou esclarecimentos. Já seu comparsa teve seu corpo recolhido pelo Instituto Médico Legal. De acordo com informações da delegada Aliete Melo, responsável pelas investigações, os dois agiam no município de São Cristóvão, e são suspeitos de roubar uma moto.

PROMOTOR PEDE A PRISÃO PREVENTIVA DO MAJOR ADRIANO E DO SARGENTO EDGARD.

                            
Acusados de motim e de transgressão disciplinar, os representantes de associações militares, major Adriano Reis, presidente da Assomise e sargento Edgard Meneses, vice-presidente da Amese, tiveram o pedido de prisão preventiva, feito pelo promotor de justiça militar, João Rodrigues.

Os dois policiais militares estao sendo acusados de crime de motim e de transgressão disciplinar, já que concederam entrevistas, durante as manifestações realizadas pela policia militar, em busca de melhores salários e condições de trabalho. O que chama a atenção nesse pedido, é o fato de que as acusações estarem baseadas, segundo o promotor, na “ pratica do delito tipificado no artigo 155, caput, do Código Penal Militar”, porem em vários IPM e Conselhos que enfrentaram, os militares foram absolvidos, embora o comando tenha avocado da decisão.

Procurados para falar sobre o assunto, os militares disseram apenas lamentar o que está ocorrendo com eles. “Eu estou me sentindo o pior dos bandidos. Nunca imaginei que fossem decretar minha prisão preventiva, por conta de eu ir, juntamente com meus companheiros, reivindicar melhores salários e melhores condições de trabalho. Fico muito triste com essa situação. Acho que a justiça faz o seu papel, porem não acredito que devo pagar por um crime que não cometi. Agora só falta eu ser encaminhado ao presídio como um bandido”, desabafou o vice presidente da Amese, sargento Edgard Menezes.

Ao chegar à 6ª Vara Criminal, o pedido de prisão do dois militares, a juíza Juliana Nogueira Galvão Martins, após analisar os autos, resolveu indeferir o pedido. “Assim, ante o exposto, INDEFIRO a representação formulada pelo Parquet, com fundamento no art. 257 do CPPM, com a advertência de que, caso os representados, ou outros militares, incorram novamente nas condutas descritas na denúncia e na representação, quais sejam as de incitação, ou se promoverem de motim, ser-lhes-ão decretadas suas prisões cautelares, decidiu a juiza.

Fonte: Faxaju (Munir Darrage)